Páginas

domingo, 26 de fevereiro de 2012

100 Ritmo por Terras de Sicó



Para o último domingo do mês estava pensada há já algum tempo uma ida a Marvão, mas à última hora e após analisar algumas opções, decidimos ir conhecer a serra de Sicó (sempre fica um pouco mais perto)..
A preparação do percurso foi o suficiente para perceber o potencial das "Terras de Sicó", tal a quantidade de pontos de interesse e percursos que se foram encontrando, mas como é uma área que abrange vários concelhos torna-se impossível condensar tudo o que de bom há apenas num percurso, e por isso acabámos por definir como objectivos principais subir ao topo da Sicó e conhecer o "Canhão do Poio", além da passagem obrigatória pelos vários single tracks que conseguirmos detectar.

Optámos por começar junto ao campo de futebol de Ramalhais de Cima e subir logo ao topo da Sicó.. foram apenas 3km para vencer os 220m de desnível até aos 535m de altitude, com uma pequena paragem nas antenas para apreciar a vista (encoberta), e toca a descer até ao primeiro single do dia.. quase 1km e meio depois e toda a gente tinha um sorriso nos lábios :-)


 No topo da Sicó


O 1º single do dia




Aqui virámos em direcção a uma pedreira que é um verdadeiro atentado paisagistico para quem vai para Pombal vindo da A1.. basta dizer que vista ao longe, a pedreira parece ocupar mais espaço que a serra.. pura ilusão, mas é mesmo um grande buraco.

Da pedreira às eólicas, um single track técnico a subir, com algumas lajes e rochas à mistura, ou seja, mesmo ao nosso jeito.. e nem fizemos mais de 500m de estradão até entrar de novo em single track, este a descer e com o terreno bastante solto pela passagem maratona, foi 1km cheio de flow e também o único local onde nos cruzámos com outros betetistas (exceptuando aquele que encheu o pneu até rebentar nas bombas da Repsol). A maratona seguiu em frente pelo estradão e nós virámos à direita para entrar num novo single com mais de 1km, este já a fazer lembrar mais o PNSAC, mais duro para as suspensões e para os pulsos, que nos levou até aos primeiros (50) metros de alcatrão..


 A caminho das eólicas


Vista sobre o Vale, já a descer das eólicas


2º single depois das eólicas


Estávamos com 14km, e uns 200m depois de sairmos da estrada ouve-se o Rui lá atrás a gritar palavrões a torto e a direito.. Como pensámos que lhe tinha dado uma coisa má à bike, parámos todos.. mas não.. foi uma visão de uma subida bem inclinada e cheia de pedra solta que o assustou.. do pessoal da frente, ninguém tinha reparado. Ao pararmos no entanto, surge o dilema, single à direita ligeiramente a subir, e single à esquerda meio escondido a descer ou a subida de estimação do Rui.. A escolha acabou por não ser muito dificil, e após poucos metros, a descida tornou-se ligeiramente técnica, a vegetação começou a cerrar, as pedras começaram a ficar escondidas pelo musgo, e até 2 pontes em madeira com rede e tudo para a roda não escorregar atravessámos.. pelo meio ouvem-se os gritos histéricos do pelotão (desta vez de felicidade), sente-se o sorriso de orelha a orelha, e eis que o trilho abre e agora estamos entre muros de pedra com quase 2m de altura de um lado e do outro.. isto tudo em apenas 300m! Se me disserem que é possível fazerem 300m com mais emoção que estes não acredito! Se tivessemos acabado a volta por aqui ao km 15 íamos todos contentes para casa.







Mas não acabámos, depois da descida, o single continuou mas a subir.. estávamos fora do track (afinal, o percurso era mesmo por aquela subida maonhosa).. um bocado de estradão, uma descida curta mais engraçada e uns trilhos meio fechados depois e estamos de volta ao track para fazer mais uns metros de alcatrão.. até um novo single com mais de 1.5km.. primeiro a descer, com passagem por umas lombas bem engraçadas, e depois a subir pelo meio de pinheiros..







Mais uma descida em estradão até à Aldeia do Jagardo, o ponto mais baixo do percurso, nos 100m de altitude, e altura para a paragem habitual do suspeito do costume e uma sandes de tulicreme. Em seguida, mais 1km em single a subir no meio de vegetação e de pedras cobertas de musgo.. No final o desejo de o descer mais tarde e um pneu, que antes da subida estava em baixo, novamente vazio.. altura de aplicar o spray milagroso e seguir, mas uns kms mais à frente o resultado foi o mesmo e teve mesmo que se colocar câmara sem nunca se ter detectado a origem do problema.

Com o problema definitivamente resolvido, tempo de nos fazermos ao próximo single.. pareceu uma eternidade, mas só tinham passado 2km desde o furo, e desta vez foi a descer ao longo da escosta do Poio Velho, com uma vista fantástica para as escarpas do outro lado. Findo o single, uma subida enorme até ao lugar de Cabeça da Corte, e depois apanhámos estradões rolantes e arenosos que nos iam levar ao ínicio do Vale do Poio.







Os primeiros 2km do Vale do Poio são num caminho rural onde se nota que os terrenos de cultivo estão bastante activos ou não fosse toda esta zona bastante rural. Pouco depois o trilho fecha-se, e entramos em single track bastante técnico, cheio de rocha e alguns drops, até que o trilho se abre novamente e à nossa frente surgem as escarpas do Canhão de Poios..














Em qualquer outro percurso este teria sido o ponto alto, mas na Sicó foram tantos que se torna díficil escolher..

O ponto de passagem seguinte foi a localidade Poios, onde íamos fazer alguns kms de trilhos do raid de 2011, antes de começarmos o percurso de regresso.. e como não podia deixar de ser, mais um single ao longo de um vale! Este trilho segundo tinha lido, teria sido (re)aberto para o passeio de Poios em 2011 pelo que receávamos que estivesse fechado.. mas afinal, parecia ter sido limpo precisamente para nossa passagem, fantástico!





À saída de Poios, e após mais uma série de singles curtos e já meio fechados, que valeram a unica queda do dia (sem conquências), mais uma passagem com vista para o canhão (ou canyon) onde aproveitámos para a foto de familia.


Estávamos ao km 38, e daqui para a frente foi (quase) sempre a subir, incluíndo mais subidas em single onde todos desmontaram!







Após alguns km's a "penar" dos quais ninguém já se lembra bem, ainda fomos a tempo de passar junto à imponente Costa da Sicó, e observar de baixo as antenas onde tinhámos estado há várias horas atrás.. Daí até ao carro foi um saltinho, e no final o GPS registou 49.99km  e 1709m de acumulado.

Para finalizar, convém realçar uma as coisas que mais nos impressionaram na Sicó, e que foi o cuidado que existe com a manutenção destes trilhos, cuidado esse que foi uma constante ao longo de todo o percurso como se pode perceber facilmente pelas fotos. Este enorme trabalho de recuperação e manutenção de caminhos é certamento o frurto de um ou mais grupos de pessoas e esta reportagem é assim a nossa forma de agradecimento pela experiência única que foi pedalar na Serra de Sicó, e que vai certamente ficar na nossa memória durante muito tempo, mas que esperamos reviver novamente muito em breve.

2 comentários:

  1. A inveja é uma coisa feia?... É que ando mesmo cheio dela!!!

    Abraços 100 Ritmo ao pessoal e em Março já devo conseguir juntar-me.

    ResponderEliminar
  2. Jorge, aponta já na agenda para não deixares passar ;)

    Abraço e até breve!

    ResponderEliminar